Recensão de «Le juge et le philosophe», de Philippe Raynaud

Uma das principais interrogações que tanto um juiz e um filósofo podem fazer é certamente questionar-se sobre o seu conhecimento e a sua prática, tentando e, de preferência, acabando por perceber qual o significado das suas racionalidades e como as mesmas se exercitam.
Será esta perseguição à analítica da razão e às condições das possibilidades do conhecimento, a partir e dirigida para a realidade, que Immanuel Kant acabou por “sintetizar” entre a racionalidade cartesiana e o empirismo anglo-saxónico.
Assim, certamente que uma das principais interrogações de um juiz será, parafraseando Heidegger e o seu Was beist Denken? (Que significa pensar?), Was beist Richten? (Que significa julgar?).
Foi neste caminho que se situou Philippe Raynaud na compilação dos seus escritos que deram origem a este livro aqui recenseado, que muito embora tivesse o seu primeiro registo em 1985, começou a ganhar consistência em 1993, precisamente com “Le juge, la politique et la philosophie”, publicado no n.º 1 de La Pensée Politique, até culminar em 2006 com “Positisme juridique et démocratie”, em L’architecture du droit. Mélanges en l´honneur de Michel Troper.